Alhambra


Queria tocar os sinos
Da majestosa catedral
Pensei em compor os hinos
Pintar as faces do vitral
Mas tu me fizeste olhar o chão
E repintar os rodapés
Silenciar em meio às sombras do jardim
E foi assim que eu aprendi
A aguardar o tempo bom
A viração do vento sul
O recomeço da estação
Para plantar, para regar, para podar
Para sonhar o renascer da floração
Perto da terra, umedecer
Em meio à horta, serenar
Tua vontade obedecer.

Um dia a tristeza disse
Que eu nunca mais seria alguém
Melhor que eu me demitisse
Pulasse deste velho trem
Mas tu me fizeste olhar o céu
E eu comecei a ver melhor
Ver teu amor a envolver a minha dor
E me fazer voar além
Da torre desta catedral
Ares de Allambra, luz e bem,
Logo depois de Portugal
Beira de rio, onda do mar, vento mais frio
Luz do luar, perto da Estrela d’Alva
Pra ver a Terra amanhecer
E com o sereno repousar
Onde tua mão me colocar.

***
[Gerson Borges / Gladir Cabral]

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A luta minha de cada dia

Não existe razão para ter medo...

Mas se não tiver amor, nada serei...

Anjo canta com Jason Upton...

O suicida - segundo G. K. Chesterton

Francamente, esse Jesus é um estraga-prazeres!

Vida de comunhão com Deus