Orgulho – nem tudo é o que parece
Sem pensar muito, de uma maneira quase cruel
Bem preconceituosa e sem
o Espírito de Deus
Eu, sabe-se lá por qual
motivo inconsciente
"Sempre entendi” - e
esse é um entendimento
Tosco e malignamente
superficial
Que toda pessoa orgulhosa
No fim das contas, deveria
Necessariamente
Como dois mais dois são quatro
Ser uma pessoa má e sem Deus
Afinal, é pessoa orgulhosa
E o orgulho é uma coisa maligna
Mas hoje, pela graça de
Deus
O Espírito rasgou o meu
coração
Lançou fora as minhas
"verdades"
E me deu outro modo de
compreender e discernir
De modo, que eu, olhando
primeiro para mim mesmo
Vendo o meu próprio
pecado e cegueira
E discernindo o meu próprio
coração endurecido
Finalmente, não sem muita
vergonha e humilhação
Compreendi o quanto eu
era realmente tolo
Por acreditar, pensar e
agir assim
Claro que há por toda
parte
Pessoas que são as duas
coisas:
Orgulhosas e más
Essas, Deus derruba. Deu
um modo ou de outro, num tempo ou noutro
De repente, sempre de
repente, Deus surge na frente delas e as derruba
Mas não é dessas pessoas
que eu estou falando
Estou falando daquelas
pessoas
Que são orgulhosas,
entretanto, boas
Falo daquelas pessoas que
sofreram muito na vida
Pessoas que tiveram
sonhos e oportunidades
Aniquilados e pisoteados
injustamente
Pela maldade e dureza do
mundo
Não falo de pessoas más
Falo de pessoas boas
Que foram machucadas
E destratadas pela vida
Não se trata de pessoas
más, mas de pessoas
Que num momento ou noutro
da jornada
Experimentaram grande
derrota e humilhação
Então, para não
desaparecerem no mundo
Para não se desesperarem -
mais ainda - da própria vida
Para não se tornarem o
nada
Que a vida insistiu tanto
para que se tornasse m
Desenvolveram um tipo de
orgulho
Que é mais um escudo de
proteção
Do que uma falha de caráter
Um orgulho - nem sei se a
palavra certa é essa
Que é na verdade um resto
de fé e esperança
Que dá força para elas continuarem
Lutando e vivendo de
cabeça erguida
Que é o que convém a toda
pessoa de bem
Esse – caso o nome seja
esse mesmo
Mas eu acho que não é
É o orgulho das pessoas
Que não se deixam
derrotar por dentro
Esse não é – de maneira
alguma
O mesmo orgulho das
pessoas más
É o orgulho – quase
inútil – dos derrotados e vencidos
A única coisa que sobrou
das difíceis batalhas
Que a vida cruelmente
lhes reservou
Sim... Oh, vergonha!
Demorou, mas finalmente entendi, pela graça de Deus
Que essas pessoas
precisam mais de carinho do que de recriminação
O orgulho delas,
acredite, não é um defeito de caráter
É uma ilha de
sobrevivência, um refúgio de resistência
Uma fortaleza de bravura
e dignidade
Essas são pessoas
profundamente feridas pela vida
Algumas, depois de anos,
ainda estão
Quebradas por dentro
Vê-se nos olhos delas
Se temos mesmo coragem
De encará-las
demoradamente
Geralmente, não temos
Portanto, num caso de
desentendimento, por exemplo
É muita maldade esperar e
até exigir
Que elas, depois de tudo
que já sofrerem
Tomem a iniciativa
e venham até nós
Com seus pedidos de perdão
Mas elas nunca farão isso
Não propriamente por
orgulho
Mas porque não aguentam
mais
Elas já sofreram tanto
Já tiveram que pedir
Tanto perdão na vida
Que se esgotaram
completamente
Emocional e
espiritualmente
Elas precisam, isso sim
Se estamos em situação
Melhor do que a delas
Do nosso abraço e perdão
E da nossa mão estendida
Sim, é covardia esperar
que elas tomem
A desejada iniciativa de
uma reconciliação
Elas querem a paz
Não são pessoas más
Aceitarão a reconciliação
É o que elas mais desejam
Mas já não conseguem mais
De tanto ter a mão cuspida
Estender a própria mão
E, mais uma vez, pedir
O perdão desejado
Se temos alguma dignidade
E frequentemente não
temos
Embora gostamos muito
De pensar que temos
Enfim, se, pela graça de
Deus, estamos
Um pouco melhor
espiritualmente
Então, o ônus de ir ao
encontro e pedir perdão
É nosso, só nosso e de
mais ninguém
O custo do perdão e da
reconciliação
Pesa sobre os nossos
ombros
É nossa responsabilidade
humana
Buscar a paz e promover a
reconciliação
Não porque pedir perdão é
coisa mais fácil para nós, porque não é
Mas porque Deus, na
pessoa de seu Filho Jesus
Assim desejou e ordenou,
quando Cristo, numa rude cruz
Nos perdoou
e insistiu, o tempo todo, para que nós
também
Perdoássemos uns aos
outros, como ele nos perdoou
Sim, houve um tempo, e
não faz muito tempo
Em que eu pensava que
toda pessoa orgulhosa
Era uma pessoa má e
ingrata... Perdi muito com isso
Com essa tolice de julgar
e condenar as pessoas
Ao invés de discerni-las
através da pureza dos olhos de Jesus...
VBMello
VBMello
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