Príncipe da Paz
E o
Senhor será rei sobre toda a terra
Naquele
dia um será o Senhor
E um
será o seu nome
E
este é o nome pelo qual ele será chamado:
O
Senhor é a Nossa Justiça
O nossos Conselheiro
O nossos Conselheiro
O
nosso Deus Forte
O Pai
da Eternidade
O
Príncipe da Paz
Emanuel,
Sim, Deus conosco
E
então, onde ele estiver
Nós
estaremos também
E ele
será tudo para nós
E nós
- de eternidade em eternidade
Seremos
sempre dele
- - -
Há
muitos séculos, na viração dos tempos
Sim,
na viração dos tempos
Mas
ainda nos lembramos bem
Num
tempo sombrio e remoto
Quando
andávamos perdidos
Sozinhos
e sem esperança no mundo
Desgarrados
de Deus e da verdade
Quando
tudo parecia perdido
Quando
tudo jazia em densas trevas
A luz
brilhou no horizonte do mundo
E o
desejado de todos os povos
Aquele
que os profetas anunciaram
E o
nosso coração esperava
Como
um cálice de tontear
Sob o
olhar maravilhado dos anjos
Vindo
do céu, descendo do Pai das luzes
Cheio
de poder e amor, apareceu no meio dos homens
O seu nome? Jesus, o Ungido de Deus...
O seu nome? Jesus, o Ungido de Deus...
Quem poderia imaginar?
Quem pode medir a nossa sorte?
Quem pode pesar a nossa felicidade?
Deus nos concedeu a maior de todas as graças
Um menino nos nasceu, um filho se nos deu
Anjos cantaram e pastores festejaram
A paz foi anunciada aos homens de boa vontade
Brilhando
mais do que a luz do sol
Com uma suavidade estonteante
A luz
surgiu no meio das trevas
E permaneceu iluminando dia e noite
Assombrados
e maravilhados
Os homens viram a luz brilhar
Mas não a
compreenderam
Ocupados com os seus negócios
Tinham
olhos, mas não enxergavam
Tinham
ouvidos, mas não escutavam
Nascidos na escravidão das trevas
Cada um acostumado a andar tateando
Não deram importância, nem fizeram caso da luz
Desprezado como uma
raiz saída de uma terra seca
Ignorado como uma muda
mirrada e sem valor
Largado de lado como uma
planta atrofiada
Num campo de terra dura e ressecada
Ele não tinha qualquer
beleza que agradasse
Não tinha nome,
riqueza ou majestade que atraísse
Nada em sua aparência,
nas suas roupas ou endereço
Faziam dele alguém importante
ou desejado
Sem mais, foi ignorado e desprezado
Com o coração incendiado de amor
Ele veio e estendeu a mão para
os seus
Mas os seus não o
reconheceram
Tomaram-no por um estranho
Ele não se parecia com
eles
Ele não pensava nem
falava como eles
Ele não se comportava
como eles
Eles não se identificaram
com ele
Filho de Deus? Quem ele pensa que é?
Comeram o seu pão
Ouviram as suas
palavras
Viram as suas obras
Mas não creram nele
Filho de Deus? Não mesmo
Tomados de raiva e inveja
Numa reunião macabra
Inspirados sabe-se lá
Por qual força das
trevas
Conspiradores insones
Possuídos por um êxtase demoníaco
Fora de si e sem saber
o que faziam
Como cães loucos e mortos de fome
Latiam, acusavam, condenavam
Invocaram a morte e chamaram a maldição
Gritavam e rangiam os dentes: Crucifica-o!
Crucifica-o!
Se o seu reino fosse desse
mundo cheio de inveja
Traição, vaidade, cobiça, morte, violência e mentira
Ele - com certeza - não teria sido
rejeitado. Ele teria sido amado
Mas não era. O seu reino é de outro mundo
Um mundo de paz, amor e misericórdia
Alegria, justiça, humildade e verdade
Ninguém podia lhe acusar de coisa alguma
A sua face - marcada como a face de um
homem
Que sabe o que é
sofrer, não negava que desde
menino
O tempo todo, sem
cessar, ele estava
familiarizado
Com a tristeza e acostumado com todo tipo de
sofrimento
A sua casa não era um rico palácio
Ele nem tinha nem uma pedra
Onde recostar a cabeça
Era um leigo. Não tinha diplomas
Não tinha fazendas de gado
Não tinha apartamento de milhões
Era um homem de dores
Um homem puro, verdadeiro e santo
Que ninguém podia acusar de pecado
Uma pessoa acima de qualquer corrupção
No momento da sua
maior dor
No instante da sua
maior solidão
Abandonado por pai, mãe, amigos e irmãos
Desesperado a ponto de
morrer de solidão
A alma angustiada até a beira da morte
Enquanto todos dormiam, ele morria
Sem alguém que lhe estendesse a mão
Sem alguém que lhe falasse uma palavra boa
As pessoas passavam
por ele, e viravam a cara
Zombavam, amaldiçoavam e desprezavam
Nem mesmo os seus irmãos
creram nele
Ninguém creu na sua
pregação
Ninguém deu crédito às
suas palavras
Atentaram contra a sua luz, violentaram a verdade
A sua dor era profunda e sem fim...
Quem de nós pode beber o seu cálice, sem desfalecer?
Até os anjos pasmaram à vista dele
A sua aparência estava tão desfigurada
Mais do que a aparência
de qualquer
Outro homem visto ou conhecido
O seu semblante estava
Completamente pisado e moído
Mais do que o semblante
De qualquer homem sofredor
Jamais se viu humilhação igual
Como alguém de quem os
homens escondem o rosto
Ele foi brutalmente ignorado e desprezado
Como um pária, foi deixado
para morrer sozinho
Num profundo e sombrio vale
de sombra e morte
Mas a tolice e a estupidez dos homens
Não extingue a misericórdia
de Deus
A frieza e a brutalidade do coração
humano
Não apaga a chama suave do
amor de Deus
No meio das trevas do mundo dos homens
O milagre não cessou, a
luz continuou a brilhar
A sua boca permaneceu em silêncio
E não proferiu uma única maldição
Ele não cometeu
pecado algum
Nem em pensamento
A vida toda, o tempo todo, sem cessar
Ele foi (muito) injuriado,
mas não injuriou a ninguém
Foi (muito) ameaçado,
mas não ameaçou ninguém
Entregou-se
completamente aos cuidados do seu Pai Celestial
Foi zombado,
maltratado, oprimido, torturado e afligido
Mas não
abriu a sua boca contra ninguém
Como um
cordeiro, ele foi levado ao matadouro
E como uma
ovelha muda perante os seus tosquiadores
Ele não
abriu a sua boca, e jamais amaldiçoou a sua sorte
Pelo
contrário, abraçou o seu atroz destino
E todas as suas palavras foram de benção
Perdão, paz e reconciliação
Acostumados com mentirosos e aproveitadores
Todos pensavam que ele
era só mais um mercenário
Mais um aproveitador e explorador da fé dos pobres
Mais um ignorante, agitador
e falador de blasfêmias
Mas a verdade pura e simples
É que nunca houve um tempo
De homens tão surdos e cegos
Eles viram a verdade, mas não a reconheceram
Ele não era culpado de
nada que sofria
Era o Filho de Deus e não havia pecado algum nele
O que ele fazia, ninguém,
nem o mais sábio
Via, escutava ou compreendia. Todos estavam cegos
A culpa pela qual ele sofria, não era dele. Era nossa
Era por nós que ele agonizava,
sofria e morria
Certamente ele tomou
sobre si as nossas enfermidades
Sim, ele veio para dar
um jeito na nossa vida
Veio para aliviar a
nossa alma dos fardos do pecado
Veio para consolar e
salvar o nosso coração angustiado
Veio para nos tirar
das trevas e nos conduzir para o reino de luz
Veio para nos ensinar
amar e perdoar. Veio para nos fazer filhos de Deus
Com efeito, ele levou sobre si as nossas
doenças, as nossas vergonhas
As nossas deformidades de caráter e
tudo mais que há de errado com nós
Contudo – que vergonha!
Que vergonha! Que surdez! Que cegueira!
Nós, reputando-nos por
sábios, o consideramos pecador
E vimos nele só mais um
blasfemador castigado por Deus
Mas foi por nós, por
mim e por você – por nós
Por causa dos nossos
pecados e dureza de coração
Que ele foi pisado, humilhado, atingido, afligido e morto
Deus! Cometemos
loucura... Trate-nos com misericórdia
Somos cegos. Somos
surdos. O nosso coração é uma pedra
Ele foi transpassado por
causa das nossas transgressões
Ele foi esmagado por
causa das nossas iniquidades
Se hoje vivemos em paz
com Deus, é por causa dele
Se hoje temos
esperanças eternas, é por causa dele
Se hoje podemos olhar
com confiança o amanhã, é por causa dele
O castigo que nos
trouxe essa paz que excede o entendimento humano
Estava sobre ele....
Sim, como não percebemos? Quem nos cegou?
Pelas suas feridas, nós
– que merecíamos a morte que ele morreu
Fomos sarados, curados,
restaurados e encaminhados aos braços do Pai
Ele é a imagem do Deus
invisível
Ele andou entre nós
Nós o vimos
Ele nos tocou
Nós o tocamos
Rimos com ele
Andamos com ele
Comemos com ele
Escutamos as suas palavras
Ele falava com a autoridade do amor
Agora sabemos: Ele é o primogênito de
toda a criação
Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra
Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra
As visíveis e as
invisíveis... Sim, tudo, qualquer coisa
Tronos, soberanias,
poderes e autoridades
Os pássaros do céu, os
animais da terra
As estrelas, nós, e
até a pequena flor do campo
Tudo foi criando por
ele. Ele é o Criador
Ele é antes de todas
as coisas, e nele tudo subsiste
Nele nós vivemos,
e nos movemos, e existimos
Ele é o princípio e o primogênito dentre os mortos
Ele é o princípio e o primogênito dentre os mortos
Nele habita a plenitude
da sabedoria e da vida
Para ele convergem
todas as coisas, o céu e a terra
Nada existe e
permanece existindo, a não ser por meio dele
Todavia, oh! que vergonha!
Nós o tratamos como nada
E escondemos dele o
nosso rosto... Como se fossemos melhores do que ele
Miseráveis homens que
somos! Sim, miseráveis homens
que somos
Somos tão cegos, surdos e
ignorantes...
*
[Texto
baseado em Isaías 53
– Colossenses 1 – e outros]
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