Seis quase poemas de fé
I No tempo dessa breve vida Onde tudo é tão superficial As palavras e os encontros Não existe nada mais profundo Do que a pele em torno Dos nossos olhos Há tanta alma revelada ali Tanta escuridão e tanta luz É na pele em torno dos olhos Que a gente percebe A profundidade das nossas dores A superfície das nossas alegrias E as feridas das nossas batalhas de fé... II O futuro promete Mas estou escaldado Já fui enganado Tantas vezes Não sei Arriscar? Outra vez? Outra vez não Seguro morreu de velho Na incerteza do amanhã Levo o meu passado comigo... III Anjo, eu sei que não sou A minha mãe sempre me disse Nem mesmo daqueles feios Da casta dos caídos Eu presto para ser... Definitivamente Isso decepciona Tanta gente Não tenho vocação Para ser diabo IV Tentei viver e andar por fé Se deu mal..., diz o diabo Aqueles que me olham de longe Dão risadas e apontam o dedo Replico: não perdi n...