Escrever é um exercício de espera
Às margens do rio do silêncio
Eu me
sento e espero
Os meus
olhos permanecem
Fixos
nas estrelas
Os meus
ouvidos, atentos
Ao
caminhar dos pássaros
Nos
galhos das árvores
No
silêncio, nenhuma solidão
A vida segreda
mistérios ao coração
Nos
lábios, nenhum som ou palavra
O
coração permanece calado, escutando
Não há
palavra, nem discurso
O
silêncio é tudo que há
E no
silêncio, uma linguagem
Sussurra
no ar, acima do vazio
Nas
profundezas da alma
Uma
inspiração chama e espera
Pela chegada
das palavras
Que
surgem como o sol
Numa
manhã de primavera
Depois
da noite escura e fria
O Espírito vem e passa
Uma brisa sopra
A alma
revigora
A espera termina
O
silêncio abraça a palavra
Um
pequeno milagre
O
espírito anseia ser verbo
Diante
da folha de papel em braço
A luta cessa,
o caos ganha forma
A
Luz inunda a escuridão
Um rio de vida flui do coração
Céu, terra, altura, profundidade, largura
Longe, perto, aqui, agora, tudo é graça...
_VBMello
Comentários
Postar um comentário